Minha mãe estava com síndrome do pânico, resíduo da separação traumática 14 anos atrás..
Ela teve depressão clínica durante a separação, e da depressão ao longo dos anos resultou na síndrome..
Ela estava com uns quadros críticos, acordando com falta de ar a noite, sofrendo muito.
Eu pensei que a gravidez agora ou ocuparia a cabeça dela pra ela melhorar, ou ia a matar de vez..
Ainda tinha a família do João Paulo.. que ele tinha que contar do bebê..
Os dois terminando a faculdade, sem a menor estrutura pra receber uma criança.
Nós tinhamos que fazer alguma coisa!
Cheguei do médico e contei pra minha mãe.. com a cara e a coragem, mais coragem do que cara.
Ela deu o maior piti do mundo, falou mil coisaas, que eu não tinha responsabilidade, e tudo o que coubesse naquela situação.
Eu disse pra ela rindo: Mãe, eu fui no médico pra buscar notícia sobre uma doença, eu voltei pra casa com um filho que os médicos disseram ser impossível eu conseguir ter. Apesar de toda a situação,eu estou muito feliz, e vou continuar feliz com ou sem o seu apoio.
Ela ficou chorosa uns dias, disse que estava preocupada, que pensava nas condições que teríamos para ter um bebê em casa. Financeiramente a coisa não tava nada fácil.
Vi que ela estava querendo começar a mimar o bebê, uns dias depois ela me deixou um pacotinho de presente em cima da cama, quando abri eram dois macacões de bebê... chorei muito esse dia.
Eu estava caminhando para o 6º mês de gestação, e tudo o que eu tinha era meia gaveta na minha cômoda, com alguns lençóis de bebê que tinham sido meus e do meu irmão.
Nenhuma roupa de recém-nascido, nenhum bercinho...
A impressão que dava é que a casa não ia receber nenhuma criança.. tudo ainda estava muito cru.
João Paulo contou para os pais na casa dele também, não foi fácil, na época ele estava terminando a faculdade, ele só estudava, a gente estava realmente preocupados com as condições para ter o bebê, era uma corrida contra o tempo..
Existiam as preocupações, lógico.. mas a gente também estava curtindo muito a gravidez..
Eram carinhos e beijinhos o tempo todo.. o que faltava ainda no preparo pra receber o bebê, sobrava em amor e carinho. A gente amava muito o bebê, desde o primeiro momento!
Nossa imagino a loucura que foi, mas hoje vendo como estão tudo valeu a pena né... detalhe do rosto inchadoooooo hauhauahuahuahuaha...bjooo
ResponderExcluirTudo exigiu muito sacrifício, e se a gente for parar pra pensar, se passaram dois anos até que a gente chegasse onde estamos hoje.. claro que ainda tem muito pela frente, e a gente busca melhorar mais.. mas como fizemos desde o início, um passo de cada vez...
ResponderExcluirBeijo!