quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Enfrentando as feras...

Eu tinha ido ao médico, eu precisava dar uma resposta pra minha mãe do que estava acontecendo..
Minha mãe estava com síndrome do pânico, resíduo da separação traumática 14 anos atrás..
Ela teve depressão clínica durante a separação, e da depressão ao longo dos anos resultou na síndrome..
Ela estava com uns quadros críticos, acordando com falta de ar a noite, sofrendo muito.
Eu pensei que a gravidez agora ou ocuparia a cabeça dela pra ela melhorar, ou ia a matar de vez..
Ainda tinha a família do João Paulo.. que ele tinha que contar do bebê..
Os dois terminando a faculdade, sem a menor estrutura pra receber uma criança.
Nós tinhamos que fazer alguma coisa!

Cheguei do médico e contei pra minha mãe.. com a cara e a coragem, mais coragem do que cara.
Ela deu o maior piti do mundo, falou mil coisaas, que eu não tinha responsabilidade, e tudo o que coubesse naquela situação.
Eu disse pra ela rindo: Mãe, eu fui no médico pra buscar notícia sobre uma doença, eu voltei pra casa com um filho que os médicos disseram ser impossível eu conseguir ter. Apesar de toda a situação,eu estou muito feliz, e vou continuar feliz com ou sem o seu apoio.

Ela ficou chorosa uns dias, disse que estava preocupada, que pensava nas condições que teríamos para ter um bebê em casa. Financeiramente a coisa não tava nada fácil.
Vi que ela estava querendo começar a mimar o bebê, uns dias depois ela me deixou um pacotinho de presente em cima da cama, quando abri eram dois macacões de bebê... chorei muito esse dia.
Eu estava caminhando para o 6º mês de gestação, e tudo o que eu tinha era meia gaveta na minha cômoda, com alguns lençóis de bebê que tinham sido meus e do meu irmão.
Nenhuma roupa de recém-nascido, nenhum bercinho...
A impressão que dava é que a casa não ia receber nenhuma criança.. tudo ainda estava muito cru.

João Paulo contou para os pais na casa dele também, não foi fácil, na época ele estava terminando a faculdade, ele só estudava, a gente estava realmente preocupados com as condições para ter o bebê, era uma corrida contra o tempo..
Existiam as preocupações, lógico.. mas a gente também estava curtindo muito a gravidez..
Eram carinhos e beijinhos o tempo todo.. o que faltava ainda no preparo pra receber o bebê, sobrava em amor e carinho. A gente amava muito o bebê, desde o primeiro momento!





2 comentários:

  1. Nossa imagino a loucura que foi, mas hoje vendo como estão tudo valeu a pena né... detalhe do rosto inchadoooooo hauhauahuahuahuaha...bjooo

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  2. Tudo exigiu muito sacrifício, e se a gente for parar pra pensar, se passaram dois anos até que a gente chegasse onde estamos hoje.. claro que ainda tem muito pela frente, e a gente busca melhorar mais.. mas como fizemos desde o início, um passo de cada vez...
    Beijo!

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