domingo, 15 de julho de 2012

Distantes novamente...

Faculdade, época de estágio.
João Paulo conseguiu estágio no Sesc de Araraquara.
Eu fiquei muito feliz, porque afinal era meio período e pagava bem, dava para dividir o tempo estagiando e estudando, mas o ruim era que íamos ficar distantes de novo.
Ele ia passar a semana toda longe de mim, e a gente ia se ver rapidamente nos finais de semana, depedendo de horário de ônibus para ir embora, sair cedo daqui, para não chegar lá tão tarde, dar tempo de descansar para acordar cedo no dia seguinte.
E assim foi, mais uma vez..

Eu apoiei, eu engoli meu choro para dizer: força, vai!
Fazia parte do crescimento profissional dele, era bom, eu não podia ser contrária, mas era muito difícil!

Em Araraquara ele alugou um quarto na casa de um colega da faculdade, não ia sair muito baratinho, mas era o melhor que tinha para o momento.
O quarto era dentro das dependências da casa, comecei a ficar preocupada porque na casa tinha cachorro, e atacava demais a alergia do João Paulo, ele começou a adoecer muito, começava a melhorar aqui nos finais de semana, e quando ia embora ficava doente de novo.
Da alergia, desencadeavam gripes, na faculdade tomava vento gelado, no estágio também.
A distância passou a ficar crítica pela preocupação, por não poder estar presente, dar os cuidados que ele precisava.
Depois de um certo período,os agravantes foram ficando piores, ele cruzava a cidade com a mala da semana nas costas, não tinham ônibus disponíveis.
A 'carona' (de combustível pago) que era combinada foi falhando cada vez mais, e o que era bom, começou a não valer mais a pena.
O período no Sesc exigia demais dele, que não estava bem de saúde, foi ficando difícil dar conta da faculdade nessas condições, eu via que ele estava firme lá por causa do meu apoio, mas também comecei a perceber que não estava mais valendo a pena esse esforço, era sacrifício em exagero, e a alergia não melhorava.
Um final de semana eu conversei com ele, disse que estava muito orgulhosa de tudo o que ele vinha fazendo, que era uma experiência ótima, mas a faculdade não podia ficar como estava e não existe dinheiro que pague a saúde. Que eu estava muito preocupada com as condições dele, que era para ele ponderar, colocar na balança, que se não tivesse valendo a pena, para ele voltar, que eu ia apoiar e ia saber que ele fez o que pode.

Ele ficou mais 20 dias, e voltou.
Eu poderia dormir em paz novamente, sabendo que não apenas ele estava perto de mim, mas também a sua saúde tinha voltado.

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